segunda-feira, 10 de novembro de 2008

AMAZONAS-MANAUS

LOCALIZAÇÃO

Centro da região Norte. LIMITESNorte: Venezuela e Roraima Noroeste: Colômbia Leste: Estado do Pará Sudeste: Estado do Mato Grosso Sul: Rondônia Sudoeste: Estado do Acre e Peru

Formação histórica

Pelo Tratado de Tordesilhas, pertencia à Espanha. Desde o início do séc. XVII, é alvo de freqüentes incursões portuguesas. Em 1637, o português Pedro Teixeira parte da foz do rio Amazonas e chega até Quito, no Equador. Para favorecer as entradas no território, em 1671, Francisco da Mota Galvão constrói o Forte de São José do Rio Negro, origem da cidade de Manaus. As disputas com a Espanha terminam com o Tratado de Madri, que, em 1750, dá a Portugal posse definitiva da região. Em 1822, é incorporada ao Pará. No rastro dos movimentos nativistas, que ocorrem em 1832, é palco de uma revolta popular que exige a independência. A rebelião é reprimida pelas tropas imperiais, mas, em 1850, Dom Pedro II cria a província do Amazonas. Nos primeiros anos do séc. XIX, o ciclo da borracha leva muita riqueza para a região. No entanto, a decadência econômica vem logo em seguida, graças à concorrência no mercado internacional da produção saída dos seringais das colônias inglesas e holandesas no Oriente. A partir de 1950, o Estado retoma lentamente o crescimento, por meio de incentivos federais e da criação da Zona Franca de Manaus, em 1967

CLIMA.

Equatorial=clima de baixa latitude, pluviosidade é alta, Ocorre pouca variação de temperatura (entre mínima e máxima) durante o ano.

RELEVO

O relevo do Estado do Amazonas apresenta três patamares de altitude - igapós, várzeas e baixos platôs ou terra firme - definido pelo volume de água dos rios, em função das chuvas. Os igapós são áreas permanentemente inundadas, com vegetação adaptada a permanecer com as raízes sempre debaixo d’água. As várzeas encontram-se em terreno mais elevado e são inundas apenas na época das cheias dos rios. A seringueira é um exemplo do tipo de árvores existentes nessa área. Os baixos platôs ou terra firme estão localizados nas partes mais elevadas e fora do alcance das cheias dos rios. Na região norte do Estado, encontra-se o ponto mais alto do território brasileiro, o pico da Neblina, com 3.014 metros de altitude, localizado na serra de Imeri, próximo à Venezuela.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

COORDENADAS GEOGRÁFICAS

A linha do Equador atravessa o Estado, fazendo predominar o clima equatorial, caracterizado por temperaturas médias entre 24º e 26º e chuvas abundantes durante todo o ano. A vegetação típica dessa região é a floresta equatorial

FLORA

A vegetação típica do Estado é a floresta equatorial, que se divide em três tipos: matas de terra firme, matas de igapó e matas de várzea. Nas matas de terra firme encontram-se as grandes árvores de madeira de lei da Amazônia. Em alguns locais as copas das árvores são tão grandes que impedem a passagem de até 95% da luz do sol, tornando o interior da floresta escuro, mal ventilado e úmido. Entre as principais espécies existentes nessa região encontram-se as castanheiras-do-Pará, a seringueira, o guaraná e o timbó, árvore utilizada pelos índios para envenenar os peixes. As matas de igapó localizam-se nos terrenos mais baixos, próximos aos rios, mantendo-se permanentemente alagadas. Durante o período de cheia, as águas inundam as margens dos rios, avançam pela floresta e chegam quase a alcançar as copas das árvores, formando os "igapós". Quando esse fenômeno acontece nos pequenos rios e afluentes, são denominados "igarapés". As árvores encontradas nesse tipo de matas podem atingir 20 metros de altura, mas é comum encontrar-se árvores de dois a três metros, com ramificação baixa e densa, de difícil penetração. Sua espécie mais famosa é a vitória-régia, conhecida como a "rainha dos lagos". A folha da vitória-régia pode chegar a medir um metro e oitenta centímetros de diâmetro. As bordas de suas folhas são levantadas e espinhosas, para evitar a ação destruidora dos peixes, e as raízes se fixam no fundo da água, formando um bulbo com um cordão fibroso revestido de espinhos. A flor também se abre protegida por espinhos e muda de cor, do branco para o rosa, com o passar do tempo. O bulbo da vitória-régiaé muito apreciado pelos índios e as sementes se assemelham às do milho. No período de seca as vitórias-régias desaparecem, voltando suas sementes a germinar na estação das cheias.As matas de várzea localizam-se entre a terra firme e os igapós, variando de acordo com a proximidade dos rios. Nelas podem ser encontradas árvores de grande porte como a seringueira, as palmeiras e o jatobá. A Floresta Amazônica concentra grande diversidade de espécies de plantas medicinais, comestíveis, oleaginosas e colorantes, muitas das quais ainda não foram investigadas em profundidade. Suas propriedades continuam sendo estudadas em laboratórios. Acredita-se que 25% de todas as essências farmacêuticas utilizadas atualmente pela medicina tenham sido extraídas das florestas tropicais. A variedade da flora amazônica tem como seu principal habitat as matas de igapó e terra firme. Dentre as espécies mais conhecidas de plantas medicinais extraídas da Amazônia encontram-se o guaraná, que apresenta propriedades vitalizantes, rejuvenescedoras e afrodisíacas, atuando como tônico do coração e ativando as funções cerebrais e a circulação periférica; a copaíba, que contém um azeite desinflama tório e cicatrizante, utilizada em casos de úlceras e faringites; e o urucu, que possui sementes com propriedades capazes de aumentar a pigmentação de tecidos adiposos, tornando a pele resistente e com coloração natural. Contém betacaroteno (vitamina A) e pode ser ingerido em cápsulas ou utilizado na culinária, como corante natural.

FAUNA

A fauna da região Amazônica também é rica e variada, incluindo felinos, roedores, aves, quelonios e primatas. Algumas espécies encontram-se em perigo de extinção e passam a ser protegidas pelos órgãos especializados do Governo, para terem garantida a sua sobrevivência. Este é o caso do macaco uacari branco e do pequeno sagüi, que apenas podem ser encontrados atualmente nos arredores da cidade de Manaus.

A FLORESTA AMAZÔNICA

Curiosidades
• 78% dos solos de terra-firme são ácidos e de baixa fertilidade natural;
• Estima-se no mundo um total de 19 milhões de km² de florestas tropicais;
• A Amazônia possui 3.650.000 km² de florestas contínuas, a maior do mundo;
• Temperatura média: 26ºC;
• O período (comprimento do dia) varia de 30 a 50 minutos, entre o dia mais longo e o dia mais curto;
• A quantidade anual de chuva na bacia amazônica: 15 trilhões de m3;
• Dessa quantidade, em media 48% todo o ecossistema amazônico utiliza e evapotranspira; outros 52% escoa pelos rios, ou seja, aproximadamente a metade;
• Um estudo realizado só em ecossistema de floresta tropical mostrou que 25% é evaporada; 50% é transpirada e 25% escoada para os rios;
• A produção líquida de oxigênio (saldo positivo) é em média de 96 toneladas por ano, que representa 0,000008% do total da atmosfera da terra. Isso indica ser uma pequena participação global;
• No entanto, estudos recentes mostram que a quantidade de carbono fixado pela floresta é significativa, e, portanto a Amazônia pode ser interpretada como sendo um filtro ecológico, pois reduz a quantidade de CO2 da atmosfera;
• Calcula-se na Amazônia uma área total desmatada de cerca de 500 mil km², ou seja, cerca de 12,5% da floresta original. Na década de 80, em Rondônia, a taxa de desmatamento foi da ordem de 35 mil km² por ano, equivalente a um campo de futebol (1 ha.) a cada 5 segundos;
• Existem na Amazônia cerca de 5.000 espécies de árvores (maiores que 15cm de diâmetro). Na xiloteca do Inpa existem 10.200 exsicatas, sendo cerca de 3.500 espécies. Na América do Norte existem cerca de 650 espécies de árvores;
• A diversidade de árvores na Amazônia varia entre 40 a 300 espécies diferentes por hectare, sendo que na América do Norte é de 4 a 25;
• Das 250.000 espécies de plantas superiores da terra, 170.000 (68%) vivem exclusivamente nos trópicos, sendo 90.000 na América do sul. Fauna Existem cerca de 3.000 espécies de peixes na Amazônia, que representa 85% da América do Sul e 15% das águas continentais. O INPA tem cadastrado 40% desse total. Estudos da pesca no Estado do Amazonas mostraram que apenas 36 espécies são exploradas. 90% da pesca é representado por 18 espécies, mas 61% é de 4 espécies: tambaqui (18%), Jaraqui (32%), Curimatã (11%) e pacus (5%).As últimas estimativas são de que as florestas pluviais do mundo podem ter até 30 milhões de espécies de insetos.Em uma única planta na Amazônia foram encontradas mais de 80 espécies de formigas, o que representa o dobro das espécies de formigas encontradas nas Ilhas Britânicas.Os grandes insetos da Amazônia:
Maior besouro: 20 cm
Maior mosca: 5 cm
Maior percevejo: 10 cm
Maior libélula: 15 cm
Maior mariposa: 30 cm
Maior cigarra: 9 cm
Maior vespa: 7 cm

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAResponsável: Dr. Carlos R. Bueno - Coordenação de Extensão.

HIDROGRAFIA

A bacia Amazônica estende-se por 3.889.489,6 km², representando um quinto de toda a reserva de água doce do planeta. Seus rios estão condicionados ao regime das chuvas e se constituem praticamente as únicas vias de transporte dos habitantes locais. Existem mais de 20 mil km de vias fluviais navegáveis, ligando comunidades distantes na região. O rio Amazonas é o segundo mais extenso do planeta e o primeiro em volume de água (100.000 m3). Nasce no planalto de La Raya, no Peru, com o nome de Vilcanota, passando a se chamar Solimões quando entra em território brasileiro. A partir da confluência com o rio Negro, nas proximidades da cidade de Manaus, recebe o nome de Amazonas. Dos seus 6.515 km de extensão, 3.600 correm em território brasileiro a uma velocidade de 2,5 km; hora, levando em seu leito toneladas de sedimentos arrancados das margens, o que torna a sua coloração amarelada. Sua largura varia de quatro a cinco km, chegando a alcançar 10 km em certos locais. A profundidade média do rio Amazonas chega a quase 100 metros. Entre seus mais de sete mil afluentes, os principais são os rios Madeira (que percorre uma extensão de 3.200 km), o Xingu e o Tapajós, na margem direita; e os rios Negro, Trombetas e Jari, na margem esquerda.

PARQUES ECOLÓGICOS

Em todo o Estado do Amazonas existem vários parques nacionais ecológicos, entre os quais se destaca o Parque do Pico da Neblina, que abriga um conjunto de montanhas ocupando 2,20 milhões de hectares. Próximo à cidade de Manaus encontra-se o Parque Ecológico de Janauary, localizado na região do rio Negro, com área de 9 mil hectares. Possui matas de terra firme, igapós e de várzea, onde os turistas podem passear de canoa, apreciando a vegetação típica dos igarapés. Contém ainda um lago, onde se encontra grande quantidade de vitórias-régia que podem ser admiradas de uma passarela rústica, construída para esse fim. O Parque de Janauary é administrado por um consórcio turístico formado por empresas do setor, com a cessão do Governo do Estado.

TURISMO ECOLÓGICO

É o grande atrativo dos roteiros de viagens pela Amazônia, proporcionando ao turista a oportunidade de conhecer e aprender a respeito da floresta tropical e de seus habitantes. Seu objetivo principal é promover a interação do homem com a natureza e a valorização da rica diversidade biológica da região. O turismo ecológico no Estado inclui programas de viagens de barco, pernoites em hotéis de selva e passeios pela floresta. Podem ter a duração de horas ou de dias, em função do interesse e disponibilidade de tempo do visitante. Os programas são sempre realizados na companhia de guias especializados em sobrevivência na selva, que são profissionais formados em cursos administrados pelo Exército Brasileiro.

Economia

No início do século XX, a exploração da borracha levou grande riqueza para a região Amazônica. Com a decadência econômica que se sucedeu, em decorrência da exploração intensiva daquele produto nas colônias inglesas e holandesas do oriente, notadamente na Malásia, o Estado passou por longo período de estagnação econômica. A partir de 1950, começou gradativamente a retomar o crescimento por meio de incentivos do Governo Federal. A economia do Estado baseia-se principalmente nas atividades de extrativismo, mineração, indústria e pesca.

Agricultura

Os principais produtos agrícolas cultivados no estado incluem a laranja, a mandioca, o arroz e a banana.

Extrativismo

Entre os minerais existentes, destacam-se o calcário, a gipsita e o estanho.

Indústria

A produção industrial recebeu significativo impulso a partir de 1967, quando foi criada a Zona Franca comercial e industrial de Manaus, com o objetivo de promover o desenvolvimento da região. Destacam-se no parque industrial do Estado, a produção de materiais elétricos e de comunicação; a indústria metalúrgica e de extração mineral; a fabricação de relógios; e a indústria alimentícia e de bebidas.

Pesca

A pesca é uma das principais atividades econômicas da população amazônica e o alimento básico para o seu sustento. Existem várias espécies de peixes nos inúmeros rios da região, entre os quais se destacam o tucunaré, o dourado amazônico, o gamitana e a pescada. As piranhas, cuja carne é muito apreciada por pescadores, habitam quase todos os rios da Amazônia. No entanto, raramente encontram-se em concentrações suficientes para causar o perigo que a elas é freqüentemente atribuído. O pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo, é encontrado em abundância nos rios amazônicos. Podendo atingir dois metros de comprimento e pesar até 150 kg, suas escamas são utilizadas como lixas e sua carne é muito apreciada pelos habitantes da região. O peixe-boi, uma das espécies mais exóticas da Amazônia, encontra-se em risco de extinção, por ser presa fácil de caçadores. Trata-se de um mamífero que pode alcançar até três metros de comprimento e 400 kg de peso.

A CAPITAL: Manaus

A capital do Amazonas foi, talvez, a cidade que mais conheceu a riqueza, os encantos e o glamour do primeiro mundo no Brasil, somando a seus rios e florestas o ouro e a sofisticação importadas da Europa. Localizada à margem esquerda do rio Negro, Manaus teve origem em um pequeno arraial formado em torno da fortaleza de São José do Rio Negro, criada para guarnecer a região de possíveis investidas dos inimigos, em 1669. Erguida a base de pedra e barro, sem fosso e quadrangular, a construção foi chamada de Forte de São João da Barra do Rio Negro e ficava a três léguas da foz do rio. Durante 114 anos, o forte manteve suas atividades de defesa da região. O arraial foi fundado em 1669, passando a ser o Lugar da Barra e tornando-se sede da capitania de São José do Rio Negro (ano de 1758). No princípio do século XIX, em 1833, foi elevado à categoria de vila com o nome de Manaós, em homenagem à tribo de mesma denominação que se recusava a ser dominada pelos portugueses e negava ser mão-de-obra escrava (para militares e religiosos).Quando recebeu o título de cidade em 24 de outubro de 1848, era um pequeno aglomerado urbano, com cerca de 3 mil habitantes, uma praça, 16 ruas e quase 250 casas. O apogeu da capital do Amazonas aconteceu com o "achado", por parte dos estrangeiros: o látex. Apoiada na revolução financeira e econômica proporcionada pela borracha, a antiga Manaus foi a cidade mais rica do País por muito tempo, conforme relata o escritor amazonense Márcio Souza em "Uma Breve História do Amazonas".A "metrópole da borracha" tem início em 1900. Nessa época, o crescimento e desenvolvimento da capital acontecem com traços culturais, políticos e econômicos herdados dos portugueses, espanhóis e franceses. A riqueza do látex proporcionou uma reviravolta estrutural, implantando serviço de transporte coletivo de bondes elétricos, sistema de telefonia, eletricidade e água encanada, além de um porto flutuante, que passou a receber navios de diversas bandeiras e tamanhos. Depois da borracha veio a Zona Franca de Manaus. A cidade ganhou um comércio de importados e depois um pólo industrial onde se concentram centenas de fábricas. Com a ZFM a capital voltou a experimentar um súbito crescimento demográfico: a população passa de 200 mil habitantes na década de 60, para 900 mil nos anos 80 e, finalmente, 1,5 milhão em 2002, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O parque industrial de Manaus hoje abriga mais de 400 empresas mundialmente conhecidas que geram mais de 50 mil empregos diretos; 350 mil indiretos, somente na cidade de Manaus e outros 20 mil nos demais Estados da região. Atualmente, o volume de capital gerado pela ZFM é superior a US$ 10 bilhões. Portal Amazônia17/06/2004-GC

Cultura e tradições do estado do Amazonas

A influência das culturas portuguesa e nordestina foi marcante no folclore amazonense que possui características indígenas.
Tendo a natureza e o misticismo como expressões básicas, as manifestações populares acontecem na capital e em várias cidades do interior. Em junho a programação se concentra nos festivais folclóricos de Manaus e Parintins.
Na capital do Estado realiza-se há mais de 30 anos uma grande festa com os "bumbás "Corre-Campo, Brilhante, Gitano, Tira-Teima e Tira Prosa. Há também as quadrilhas, cirandas e danças nordestinas apresentadas em espetáculos no Centro Cultural do Amazonas, um local com toda a infra-estrutura para abrigar milhares de pessoas.
Em todo o mês de junho as festividades envolvem desde escolas, bairros e localidades no interior.
Em Parintins, nos últimos três dias do mês, 35 mil pessoas dividem a torcida pelos dois grandes bumbás, o Garantido e o Caprichoso. Este é o mais disputado festival folclórico do Amazonas pela riqueza das apresentações que contam em detalhes as lendas e a mitologia indígena daquela região do Baixo Amazonas. O Garantido possui as cores vermelho e branco enquanto o Caprichoso é reconhecido pelas cores azul e branco. No período das apresentações as ruas da cidade de Parintins são divididas pelas cores em bandeirinhas. Essa paixão também se reflete nas famílias. É comum, por exemplo, um filho discordar do pai ou do irmão sobre o seu bumbá preferido e andar vestido com as cores do seu bumbá.
As mulheres costumam pintar as unhas com as cores do boi escolhido
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Festival de Parintins

Os bois e os sons das toadas na floresta no Festival de Parintins
O som das toadas e o repique dos tambores. No centro, figuras típicas como Pai Francisco, Mãe Catirina, Tuchauas, Cunhã-Poranga, Pajé e diversas tribos indígenas cantam e dançam no ritmo alucinante e contagiante das toadas de boi. Esta é uma das cenas que podem ser vistas durante o Festival de Parintins, considerado uma das maiores manifestações culturais do Brasil.
O espetáculo se transforma numa verdadeira batalha folclórica, onde os guerreiros são os simpatizantes dos Bumbás Garantido (Vermelho e Branco) e Caprichoso (Azul e Branco). Na avenida, durante quase seis horas, a cada noite, sempre no final do mês de junho, eles encenam um verdadeiro ritual festivo, que encanta. São belas mulheres e homens, luxo, fantasias e muita coreografia.
A grande festa começa com uma recepção chamada "Festa dos Visitantes" que acontece no Clube Ilha Verde e nos currais dos bumbas Garantido e Caprichoso
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As estrelas de cada noite

O BOI BUMBÁ GARANTIDO - "Vermelho, vermelhaço, vermelhusco, vermelhante, vermelhão". O Garantido é o grande vencedor de títulos e tem, inclusive, um pentacampeonato. Em 88 anos de existência, já conquistou 22 títulos.
O grupo foi Fundado em 1913, por Lindolfo Monteverde, na baixa do São José, em Parintins, onde ainda hoje está o seu curral. A partir de 1999, os ensaios passaram a ser realizados na nova sede denominada "Cidade Garantido". Em maio de 1982, tornou-se uma Associação.
O BOI BUMBÁ CAPRICHOSO - O azul e branco é o bumbá da parte baixa da cidade, como é conhecido, e onde está o seu curral. O Caprichoso já conquistou 15 títulos. O ano de fundação também é 1913, por Emídio Rodrigues Vieira.
A marca do Caprichoso é a valorização de suas raízes culturais, que transforma as suas apresentações em uma brincadeira folclórica onde resgata suas tradições ao voltar a dançar em frente das casas como fazia antigamente.

O local das tribos

O local onde acontecem as apresentações dos bois Garantido e Caprichoso é Bumbódromo de Parintins, ou Centro de Convenções Amazonino Mendes, que foi inaugurado em 24 de junho de 1988.
O espaço é um dos maiores centros culturais e desportivos do Estado do Amazonas. Além das grandes noites do festival, o Bumbódromo ao longo do ano inteiro é palco de grandes manifestações sócio-culturais.
Com formato estilizado de uma cabeça de boi, tem capacidade para aproximadamente 35.000 espectadores, distribuídos na Tribuna de Honra, Camarotes, Arquibancadas Especiais, Cadeiras Numeradas e Arquibancadas.

Parintins

O cenário da festival é a cidade de Parintins, que fica a 420 km de Manaus, capital do Amazonas. Localizado à margem direita do Rio Amazonas, na ilha de Tupinambarana, o município tem 50 mil habitantes, que durante o ano inteiro respiram folclore e cultura.
Para chegar à Parintins, o acesso são as vias área e fluvial. O tempo de viagem de avião é de aproximadamente 1h e 15 minutos. Pelo rio, o percurso é longo e demorado. Em média são 18 horas de viagem, saindo do porto de Manaus.

Culinária do Amazonas

O Estado do Amazonas integra a maior bacia hidrográfica do País e possui mais de duas mil espécies de peixes. Não é de surpreender, portanto, que a culinária amazonense valorize tanto os pescados. O gosto por peixes também foi influenciado pelos hábitos dos indígenas e dos imigrantes europeus. Pirão A maioria dos pratos é acompanhada por pirão, uma espécie de massa de farinha de mandioca que é cozida em caldo de peixe, ou tucupi, que é um molho amarelado, feito a partir da fermentação do suco da mandioca. Em Manaus, os peixes mais apreciados são o Tucunaré, Pirarucu, que também é conhecido como bacalhau de água doce, e a "calderada" de Tambaqui, entre outros. O Pirarucu, peixe que chega a ter dois metros de comprimento, é um dos mais saborosos e possui a carne branca e macia, completamente diferente das carnes de peixes do mar. A proximidade com a Floresta Amazônica proporciona aos turistas a possibilidade de provar alguns tipos de carne que jamais poderiam encontrar em outro local. A chamada "cozinha de selva" inclui iguarias feitas à base de jacarés e animais silvestres, especialmente a carne de paca. Assim como o nordeste brasileiro, a região norte também possui temperos fortes e bastante característicos. O tucupi engarrafado também causa uma espécie de dormência na boca, enquanto o pó de guaraná tem fama de afrodisíaco e energético. As frutas típicas da região Norte são destaques da sobremesa. Geralmente usadas como ingredientes em sucos e compotas, algumas frutas podem ser ingeridas ao natural, que é o caso da graviola, mas o visitante não deve deixar de provar os doces feitos de açaí, cupuaçu e buriti.Em Manaus também há diversas mangueiras espalhadas pelos jardins urbanos e fica impossível imaginar algo mais tropical do que provar uma suculenta manga na cidade que é a porta de entrada para a selva.Conheça os principais pratos da cozinha amazonense: Calderada de Peixe: espécie de ensopado de pescados. Geralmente são usados os peixes Tambaqui ou Tucunaré, que são cozidos em água e temperados com ervas da região. Tucupi: líquido amarelo e amargo. Serve como ingrediente de vários pratos e feito a partir da fermentação do suco da mandioca. Tacacá: comida de origem indígena. É uma sopa que leva mandioca cozida, camarão, jambu e tucupi, temperada com pimenta de cheiro. Costuma ser servida em cuias.